A partição hepática associada e ligadura da veia porta para hepatectomia estagiada – ALPPS – surgiu como uma alternativa para tratar pacientes que precisam de ressecções hepáticas extensas, mas com um pequeno futuro remanescente hepático. Descrito inicialmente usando os segmentos laterais esquerdos como remanescente do fígado, o procedimento ALPPS foi adaptado para deixar como remanescente apenas um segmento hepático.
Descrevemos aqui, o caso de um paciente com metástase hepática colorretal bilobar submetido ao Segmento 4-1 ALPPS. Um homem, de 63 anos, previamente submetido a transversostomia, por adenocarcinoma estenosante de cólon esquerdo, associado a metástase hepática bilobar, foi encaminhado para nossa avaliação, após receber quimioterapia à base de FOLFOX. Devido ao grande volume tumoral no fígado, optou-se pela cirurgia de Segmento 4-1 ALPPS, que foi realizado com um intervalo de 21 dias entre a primeira e a segunda fase. O remanescente hepático aumentou de 250 cc para 694 cc (18% a 48% de volume padrão do fígado). O paciente recebeu alta 15 dias após o segundo estágio da cirurgia e foi submetido à colectomia esquerda, após cinco meses. Ele está livre da doença, dez meses após a cirurgia do fígado. O ALPPS monossegmento é um desafio, mas viável de ser realizado. Deve ser criteriosamente indicado em pacientes selecionados e realizado por uma equipe de cirurgia hepatobiliar, com experiência em hepatectomias complexas e de grande porte.