Você já conheceu alguém que teve que passar por uma cirurgia no intestino grosso (cólon)? Esse procedimento pode ser necessário para tratar várias doenças, visando restaurar a qualidade de vida do paciente.
Assim, a cirurgia do intestino grosso, chamada de colectomia, é recomendada em diversas situações, incluindo doença diverticular do cólon, tumores do cólon, obstrução intestinal, megacólon e doenças inflamatórias intestinais.
Desse modo, continue a leitura para conhecer mais sobre essas cirurgias, como são feitas, a preparação necessária, seus riscos e sobre a recuperação.
Cirurgias do intestino grosso
O intestino grosso é uma parte do trato gastrointestinal que compreendendo o ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon sigmoide e reto, finalizando no ânus.
Então, ele é responsável pela absorção de água e eletrólitos do bolo fecal, o intestino grosso abriga uma ampla microbiota que desempenha papeis essenciais na digestão, produção de vitaminas e até fatores de coagulação.
Conhecido também como cólon, o intestino grosso pode ser afetado por diversas condições, incluindo inflamações, obstruções, tumores e distúrbios funcionais.
Assim, a cirurgia do intestino grosso é um procedimento recomendado para tratar diversas condições, tais como:
- Câncer do cólon ou da parte superior do reto;
- Complicações das Doenças Inflamatórias Intestinais (Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn);
- Enfermidades que resultem em obstrução intestinal;
- Diverticulite aguda complicada.
Primeiramente, um destaque deste tipo de cirurgia é a do câncer colorretal, que figura como o segundo e terceiro câncer mais comum em homens e mulheres, respectivamente.
Desse modo, especialmente em relação à cirurgia do câncer colorretal, muitos pacientes só recebem o diagnóstico em estágios avançados, quando sintomas como sangramento nas fezes, anemia, dor abdominal recorrente, mudanças no hábito intestinal e, até mesmo obstrução intestinal, se tornam evidentes.
Lembrando que o melhor método diagnóstico para o câncer colorretal é a colonoscopia, a qual deve ser feita logo que há a suspeita diagnóstica, permitindo a localização precisa do tumor e a coleta de biópsias.
Como é feita a cirurgia do intestino grosso?
Após o diagnóstico correto da doença, o cirurgião será responsável por determinar a necessidade de uma cirurgia, cujo tipo varia de acordo com a localização e o estágio da doença.
Portanto, as principais cirurgias realizadas no intestino grosso são a colostomia e a colectomia.
Assim, a colostomia é um procedimento cirúrgico realizado para exteriorizar o cólon através da parede abdominal, desviando o fluxo do bolo fecal. Essa técnica pode ser temporária ou permanente, dependendo da condição de saúde do paciente.
Entre as principais indicações para a colostomia estão:
- Obstrução intestinal;
- Lesões traumáticas;
- Doença de Crohn com complicações;
- Câncer colorretal;
- Diverticulite aguda com perfuração;
- Isquemia mesentérica (infarto intestinal);
- Colite ulcerativa complicada;
- Proteção para anastomose ou sutura intestinal.
Enquanto isso, nos casos em que a ressecção do intestino grosso se faz necessária, é realizada a colectomia, que pode ser segmentar ou total, dependendo da patologia do paciente. Essas técnicas cirúrgicas podem ser feitas de forma convencional (cirurgia aberta) ou de forma minimamente invasiva, incluindo cirurgia laparoscópica e cirurgia robótica. O tipo de cirurgia e a via de acesso são definidas pelo cirurgião, levando em conta características do paciente e da doença, sempre pensando no melhor resultado para o paciente.
Como é o pré-operatório de cirurgias do intestino?
Independentemente da razão pela qual a cirurgia do intestino grosso recebe indicação, a preparação conforme adequação desempenha um papel fundamental na segurança do paciente durante o procedimento e na promoção de uma recuperação tranquila e bem-sucedida após a operação.
Passos para a preparação da cirurgia intestinal do intestino grosso
- 1. Avaliação médica completa: Antes de qualquer cirurgia, uma avaliação médica completa é essencial. Isso inclui um histórico médico detalhado, exame físico e possíveis exames de imagem e laboratoriais. Essa etapa é crucial, para identificar condições de saúde pré-existentes que podem afetar o procedimento ou a recuperação.
- 2. Discussão dos riscos e benefícios: É vital que o paciente e a equipe médica tenham uma discussão aberta sobre os riscos e benefícios da cirurgia. Esclarecer dúvidas, compreender os possíveis desfechos e os cuidados pós-operatórios são muito importantes para tomar uma decisão absolutamente clara sobre a cirurgia.
- 3. Preparo intestinal: Em muitos casos, é necessário realizar a limpeza do intestino antes da cirurgia. Esse processo, conhecido como preparo intestinal, visa eliminar as fezes do cólon para garantir um campo cirúrgico limpo e seguro.
- 4. Restrições alimentares e jejum pré-operatório: Geralmente, os pacientes devem seguir restrições alimentares e entrar em jejum algumas horas antes da cirurgia. Isso evita que o estômago esteja cheio durante o procedimento, reduzindo os riscos de complicações.
- 5. Uso de medicamentos: É imprescindível informar a equipe médica sobre todos os medicamentos que o paciente está tomando, incluindo prescrições, medicamentos sem receita e suplementos. Alguns medicamentos podem interferir na cirurgia ou na anestesia e podem precisar de ajuste temporário, ou mesmo interrupção.
- 6. Cessação do tabagismo e consumo de álcool: Parar de fumar e evitar o consumo de álcool nas semanas que antecedem a cirurgia é essencial para minimizar os riscos relacionados à cirurgia e anestesia, favorecendo uma recuperação mais rápida e cicatrização.
- 7. Preparação emocional: Porém, a preparação para a cirurgia do intestino também envolve o aspecto emocional. A cirurgia pode causar ansiedade e estresse, sendo importante buscar apoio emocional através de familiares, amigos ou aconselhamento profissional, se necessário.
Como é o pós-operatório de cirurgias do intestino grosso?
No período pós-operatório imediato da cirurgia de intestino grosso, o paciente fica submetido ao monitoramento na sala de recuperação anestésica por algumas horas, sob a supervisão da equipe multidisciplinar do centro cirúrgico, incluindo médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Dependendo da complexidade da cirurgia, existe a possibilidade de encaminhamento do paciente à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), ou diretamente ao quarto para uma recuperação gradual.
Após recobrar a consciência, é comum que alguns pacientes experimentem tremores, tonturas, náuseas, sudorese e mal-estar. O tempo de internação varia de acordo com o tipo de procedimento cirúrgico realizado.
Dicas para o pós-operatório da cirurgia de intestino grosso
Aqui estão algumas dicas fundamentais para um pós-operatório tranquilo, minimizando complicações e necessidade de retornos hospitalares:
- 1. Controle da dor: Durante e após a hospitalização, o paciente recebe medicamentos para controlar a dor, conforme prescrito pelo médico. É normal sentir algum desconforto durante o processo de cicatrização, mas se a dor se tornar intensa, é recomendável procurar orientação médica.
- 2. Alimentação: A alimentação após a cirurgia intestinal passa pelo orientação do médico ou nutricionista. Inicialmente, a dieta é líquida, progredindo para alimentos pastosos e, posteriormente, sólidos. É recomendável evitar alimentos pesados e de digestão mais difícil, pois podem causar irritação no trato gastrointestinal, como leite e feijão. Muitas vezes, os profissionais da saúde excluem estes alimentos temporariamente da dieta. É importante mastigar bem os alimentos e evitar refeições volumosas para não causar desconforto abdominal.
- 3. Higienização: Portanto, para prevenir infecções, é essencial manter uma higiene cuidadosa, evitando qualquer contaminação das incisões cirúrgicas. Assim, as orientações para lavar a região são: com água e sabão neutro e manter coberta com curativos, que devem permanecer sempre secos. É comum observar hematomas na área, que normalmente são temporários. Quando existirem pontos, a retirada geralmente ocorre alguns dias após a cirurgia. No caso de uso de bolsa de colostomia, é necessário manter a higiene diária da bolsa e do local do estoma para evitar complicações.
- 4. Atividade física: Nos primeiros dias, é normal o paciente ter a sensação de maior fraqueza ou sonolência, mas o ideal é iniciar pequenas caminhadas para evitar a imobilidade por muito tempo. As atividades físicas retornam gradualmente, conforme orientação médica, começando com exercícios leves até retornar ao ritmo normal pré-cirúrgico.
Quais são os riscos de cirurgias do intestino grosso?
A recuperação da cirurgia de intestino grosso geralmente ocorre sem complicações significativas e visa melhorar a qualidade de vida do paciente. Embora a maioria dos procedimentos intestinais transcorra sem problemas, eventuais complicações têm a possibilidade de assitência médica imediata e apropriada.
Assim, após a cirurgia, complicações potenciais incluem hemorragias, infecções, trombose, embolia pulmonar e formação de fístulas.
No entanto, é importante ficar atento a certos sinais após a cirurgia do intestino grosso:
- 1. Piora gradual dos sintomas: Primeiramente, se a recuperação não parece estar progredindo conforme o esperado, é fundamental buscar orientação médica.
- 2. Febre persistente: Ou seja, um aumento sustentado da temperatura corporal pode indicar um problema, especialmente se não ceder com o tempo.
- 3. Aumento persistente da frequência cardíaca: Além disso, um ritmo cardíaco elevado mesmo em repouso pode ser um sinal de alerta e requer avaliação médica.
- 4. Dor abdominal persistente: Desse modo, se a dor abdominal não melhora e aparece junto a outros sintomas graves, como barriga endurecida, é importante buscar atendimento médico imediato.
- 5. Paralisação dos movimentos intestinais: Por fim, a interrupção do peristaltismo intestinal, levando a náuseas, vômitos e ausência de eliminação de fezes e gases, requer atenção médica urgente.
Ficar atento a esses sinais e sintomas pode ajudar na detecção precoce de possíveis complicações após a cirurgia do intestino.
Gostou do conteúdo?
Eu sou especialista em cirurgias digestivas, incluindo as cirurgias de intestino grosso.
Se você tem dúvidas sobre estes procedimentos, ou deseja agendar uma consulta, entre em contato comigo!