O que é a Derivação Biliodigestiva?
A derivação biliodigestiva é realizada nas situações em que é necessário desviar o fluxo de bile do fígado diretamente para o intestino, sem passar pelo ducto biliar principal – o ducto biliar comum.
A operação envolve a criação de uma anastomose (junção) entre os ductos biliares dentro do fígado e o intestino (geralmente o jejuno).
Quando é indicada a Derivação Biliodigestiva?
Esse tipo de cirurgia é indicada quando ocorrem obstruções à passagem da bile pelo ducto biliar comum, seja por lesões malignas (câncer) ou alterações benignas, como lesões acidentais do ducto biliar, que podem ocorrer durante cirurgia de vesícula biliar (colecistectomia).
Esta operação pode ser realizada por videolaparoscopia, mas requer que a equipe cirúrgica tenha experiência em laparoscopia avançada.
Como é feito o pré-operatório de Derivação Biliodigestiva?
Uma vez feito o diagnóstico da causa da obstrução à passagem da bile e indicada a cirurgia, são solicitados exames pré-operatórios, incluindo exames de sangue, radiografia de tórax, eletrocardiograma e risco cirúrgico, entre outros. É importante ressaltar, que esses exames são individualizados de acordo com o biotipo do paciente e a presença de doenças associadas.
Caso o paciente se apresente ictérico (pele e olhos amarelados), pode ser necessário a realização de drenagem da via biliar antes da cirurgia, seja por endoscopia ou por punção da via biliar através da parede abdominal. Normalmente, este dreno é retirado no momento da cirurgia.
O que acontece no pós-operatório de Derivação Biliodigestiva?
Por se tratar de uma operação de médio/grande porte, o paciente segue para a UTI após a cirurgia, com veias puncionadas no pescoço e no braço, além de cateter vesical (para esvaziar a bexiga) e drenos abdominais.
A reintrodução da dieta é feita no dia seguinte à cirurgia. Inicialmente, são oferecidos líquidos em baixo volume, para evitar náuseas e vômitos.
O mais comum é que o paciente permaneça na UTI por 24-48h, para vigilância, monitorização das funções vitais e coleta de exames.
Uma vez que recebe alta para o quarto, o paciente segue com a reabilitação, realizando exercícios de fisioterapia respiratória e motora, até ter condição de alta hospitalar, que geralmente ocorre de 5 a 7 dias após a cirurgia. Caso seja necessário, o paciente recebe alta hospitalar com o dreno abdominal, o qual é retirado, posteriormente, nas consultas de acompanhamento.