O que é a Pancreatectomia?
A pancreatectomia é uma cirurgia realizada comumente, para remover tumores do pâncreas. Dependendo da localização do tumor, a cirurgia pode ser:
- Gastroduodenopancreatectomia: indicada para ressecção de tumores localizados na “cabeça” do pâncreas. Também inclui a remoção de órgãos adjacentes à lesão – parte do estômago, todo o duodeno e um segmento do ducto biliar comum – o que exige a reconstrução do trânsito digestivo, biliar e pancreático. Esta é considerada uma das maiores cirurgias do aparelho digestivo, devido ao grau de complexidade, tanto na remoção, quanto na reconstrução dos órgãos envolvidos;
- Pancreatectomia corpo-caudal: indicada para remoção de lesões no “corpo” e “cauda” pancreáticos. Envolve a dissecção detalhada de órgãos e vasos sanguíneos importantes. Muitas vezes é necessário a ressecção do baço, devido à sua proximidade com a cauda pancreática;
- Pancreatectomia total: retirada de todo o pâncreas, devido ao envolvimento total do órgão por lesões.
Quando é indicada a Pancreatectomia?
Atualmente, a pancreatectomia é indicada para promover o tratamento de uma série de condições que podem afetar o pâncreas. Dentre elas:
- Tumores malignos – o adenocarcinoma corresponde à 85% dos casos;
- Tumores neuroendócrinos;
- Tumores císticos do pâncreas;
- Neoplasias mucinosas papilíferas intraductais (IPMN);
- Tumores da ampola de Vater (câncer da papila duodenal);
- Tumores do duodeno.
Como é feito o pré-operatório da Pancreatectomia?
Assim que confirmada a cirurgia, são solicitados exames pré-operatórios, incluindo exames de sangue, tomografia, eletrocardiograma e risco cirúrgico, entre outros. É importante ressaltar, que esses exames são individualizados de acordo com o biotipo do paciente e a presença de doenças associadas.
Como se trata de uma cirurgia de grande porte, é importante manter uma rotina de atividades físicas no período pré-operatório, além de abandonar ou diminuir ao máximo o tabagismo, o que diminui as chances de complicações pulmonares no pós-operatório, facilitando a recuperação do paciente.
Recomenda-se uma dieta rica em proteínas e calorias nos dias que precedem a cirurgia. O jejum pré-operatório, inclusive de líquidos, deve ser de pelo menos 8 horas. Em casos selecionados, é indicada a ingestão de líquidos ricos em carboidratos, até 2 horas antes da cirurgia.
O que acontece no pós-operatório da Pancreatectomia?
Após a cirurgia, o paciente segue para a UTI, com veias puncionadas no pescoço e no braço, além de cateter vesical (para esvaziar a bexiga) e drenos abdominais. Em alguns casos, também é deixado cateter peridural (na coluna), para uma melhor analgesia no período pós-operatório inicial.
A reintrodução da alimentação é feita de modo precoce, através de um cateter nasoentérico (introduzido através do nariz), para garantir um aporte nutricional adequado ao paciente, pois o retorno da dieta por via oral pode demorar alguns dias.
O mais comum é que o paciente permaneça na UTI nos primeiros dias após a cirurgia, para vigilância, monitorização das funções vitais e coleta de exames. A retirada dos acessos venosos e drenos ocorre de modo gradual, conforme a evolução pós-operatória.
Uma vez que recebe alta para o quarto, o paciente segue com a reabilitação, realizando exercícios de fisioterapia respiratória e motora. Também é feita a reintrodução escalonada da alimentação por via oral, conforme a aceitação do paciente. A alta hospitalar geralmente ocorre de 10 a 14 dias após a cirurgia.
Ao chegar em casa, o planejamento das atividades diárias é importante, a fim de prevenir deslocamentos e desconfortos desnecessários. Recomenda-se uma dieta leve, evitando-se alimentos gordurosos, além da ingestão de um volume adequado de líquidos.
Os esforços físicos excessivos devem ser evitados nas primeiras semanas e o retorno completo às atividades ocorre até três meses após a cirurgia.