Órgão essencial para o corpo humano, o estômago faz parte de nosso aparelho digestivo e é responsável pelo início da digestão e preparação dos alimentos, através de seus ácidos gástricos, para facilitar a absorção dos nutrientes pelo intestino delgado.
O estômago dá continuidade à digestão de carboidratos iniciado na boca, e inicia a digestão de proteínas. Ele ainda é responsável pela produção do fator intrínseco, uma glicoproteína produzida pelas células parietais do estômago, que é fundamental para a absorção da vitamina B12 no intestino delgado.
O mal funcionamento do estômago pode afetar todo nosso aparelho digestivo e nossa capacidade de absorção de nutrientes.
Confira as principais doenças que afetam o Estômago:
- Gastrite Erosiva:
Caracterizada pela erosão da mucosa gástrica, é tipicamente aguda e se apresenta com sangramento, mas pode ser subaguda ou crônica com sintomas leves como náuseas, vômitos e dispepsia, ou assintomática. O diagnóstico é feito por exame de por endoscopia.
Suas principais causas são o consumo excessivo de álcool, estresse decorrente de doenças graves e uso exagerado de medicação anti-inflamatória. Causas menos comuns são doença de Crohn, infecção viral, radiação e lesão direta (como na inserção de tubo nasogástrico, por exemplo).
O tratamento consiste no controle endoscópico do sangramento, na eliminação de agentes causadores da lesão gástrica e terapia supressora de ácido. Quadros graves podem necessitar de transfusão sanguínea e intervenção cirúrgica.
- Gastrite Atrófica:
Corresponde à inflamação crônica da mucosa do estômago, causando sua redução e perda parcial ou total das células produtoras de enzimas e ácido gástrico.
Pode ocorrer de duas formas:
Gastrite atrófica metaplásica autoimune (Tipo A) – causada pelo ataque do próprio sistema imune, leva à destruição principalmente da mucosa do corpo e fundo gástrico, com aumento do risco de neoplasias de estômago;Gastrite atrófica metaplásica ambiental (Tipo B) – associada, na maioria das vezes, à infecção crônica pela bactéria Helicobacter pylori, mas também pode estar ligada a fatores dietéticos – acomete mais a mucosa do antro gástrico.
O diagnóstico pode ser feito através de endoscopia e biópsia da mucosa gástrica. Não existe um tratamento específico, mas os pacientes devem fazer reposição de ferro e vitamina B12. Devido ao risco aumentado de câncer, uma vigilância rigorosa, com exame endoscópico regular, é indicada.
- Infecção pelo H. pylori:
A Helicobacter pylori é uma bactéria que se aloja no estômago, onde prejudica a formação de sua barreira protetora aos ácidos, estimulando a inflamação.
Normalmente identificada em exames de endoscopia, biópsia ou pelo teste da urease, a H.pylori pode causar sintomas como queimação abdominal e pirose, além de aumentar o risco de desenvolvimento de úlceras e câncer.
Seu tratamento é feito com a associação de antibióticos, como a Amoxicilina e Claritromicina e inibidores de secreção gástrica, como o Omeprazol, além de dieta específica, para diminuir a acidez do estômago.
- Úlceras Gástricas:
Também conhecida como úlcera péptica, é a formação de ferida no tecido de revestimento do estômago ou duodeno e ocorre quando o conteúdo ácido do estomago danifica a mucosa gástrica.
O principal sintoma é a dor, tipo queimação, na parte superior do abdome, principalmente após a alimentação. Outros sintomas comuns são náuseas, vômitos e perda de apetite. Em casos graves, pode ocorrer sangramento da úlcera, que pode ser percebido nas fezes ou vômitos.
Em 90% dos casos, a causa da úlcera é a inflamação ocasionada pela infecção da bactéria H.pylori. Outras causas são o uso crônico de anti-inflamatórios, tabagismo, etilismo, estresse e fatores genéticos.
O diagnóstico se dá através de exame de endoscopia digestiva alta, que confirma a presença da úlcera e permite também a avaliação da presença de H.pylori no estômago.
O tratamento é feito com medicamentos antiácidos, que diminuem a acidez do estômago, favorecendo a cicatrização da úlcera. No caso de infecção pela H.pylori, a mesma deve ser tratada.
- Câncer Gástrico:
O câncer de estômago afeta principalmente homens entre 60 e 70 anos. No Brasil, é o terceiro tipo de câncer mais comum entre homens e o quinto entre as mulheres.
Os principais fatores de risco são a obesidade, etilismo, tabagismo, alimentos ricos em sal e embutidos, infecção crônica pelo H.pylori, exposição à radiação ionizante e agrotóxicos, além de predisposição genética.
Os sintomas mais comuns são a perda de peso, falta de apetite, cansaço, dor abdominal, sensação de estômago cheio, náuseas e vômitos, que podem ser com sangue.
O diagnóstico é feito por endoscopia digestiva alta e biópsia da lesão. Posteriormente, devesse realizar tomografia computadorizada de abdome e tórax, para avaliar a extensão da doença.
O tratamento dependerá do estágio do câncer, podendo ser curativo ou paliativo, e incluir intervenção cirúrgica, radioterapia e quimioterapia.
Ao notar qualquer sinal ou desconforto em seu estômago, procure um médico especialista e lembre-se de nunca se automedicar, pois isso pode mascarar doenças e evitar um diagnóstico correto.