Você sabe o que é microlitíase biliar? Resumidamente, é uma condição em que pedras muito pequenas, entre 1 e 2 mm, se formam dentro da vesícula biliar, e podem causar problemas muito graves, como a pancreatite aguda.
A microlitíase biliar é um quadro de difícil diagnóstico, sendo muitas vezes necessário um exame específico, a ecoendoscopia, para identificar as pequenas pedras.
Porém, antes de explicarmos melhor como diagnosticar essa alteração, vamos conhecer a origem dos cálculos biliares, que são os elementos que formam esta condição.
Cálculos Biliares
Nosso fígado pode secretar muito colesterol. Nessas condições, o colesterol em excesso é transportado junto com a bile para a vesícula biliar, formando partículas sólidas, que podem se acumular em forma de cálculos biliares.
Outros tipos de cálculos também podem se formar, como os de cálcio e bilirrubina, que é o principal pigmento da bile. Estes são mais comuns em pessoas com doença hepática ou com anemia hemolítica, que é um tipo de anemia em que anticorpos atacam os glóbulos vermelhos, como se eles fossem substâncias estranhas ao corpo.
A maioria dos cálculos biliares não causam sintomas. Porém, quando se deslocam, podem obstruir o ducto cístico ou o ducto biliar comum, causando cólica biliar, que se caracteriza por uma dor intensa na região superior direita do abdome, que pode se irradiar para a boca do estômago ou para as costas.
Outros sintomas que podem surgir são náuseas, vômitos e icterícia (olhos e pele amarelados).
O tamanho e a quantidade das pedras na vesícula podem variar muito. Entretanto, quando elas são muito pequenas, entre 1 e 2 mm, estamos diante de um quadro de microlitíase biliar.
Riscos da Microlitíase Biliar
Os cálculos biliares, conforme já afirmamos, não apresentam risco, se permanecerem na vesícula.
Porém, quando se trata de microlitíase biliar, o risco dos cálculos se deslocarem é maior, devido ao seu tamanho reduzido. As pedrinhas podem com facilidade entupir o canal biliar, junto à papila duodenal, causando pancreatite biliar aguda, uma inflamação aguda do pâncreas, que provoca fortes dores abdominais e é extremamente incapacitante. A microlitíase é responsável por 80% dos casos de pancreatite aguda.
Diagnóstico e Tratamento da Microlitíase Biliar
Normalmente, o diagnóstico de cálculos biliares é feito com exame de ultrassonografia do abdômen. Todavia, quando se trata de pedras minúsculas, como é o caso da microlitíase biliar, somente este recurso pode não ser suficiente para detectá-las.
Assim, em caso de suspeita de microlitíase, deve-se realizar a ecoendoscopia, que é como uma endoscopia normal, mas que tem um ultrassom em sua ponta e consegue identificar os pequenos cálculos dentro da vesícula.
O tratamento da microlitíase biliar é cirúrgico, através da retirada da vesícula biliar – a colecistectomia – por cirurgia laparoscópica.