INTRODUÇÃO: A ressecção hepática se tornou mais segura nos últimos anos, com taxas de mortalidade menores do que 5% em grandes centros. Porém, a incidência da fistula biliar não mudou, variando de 4%-15%. O presente estudo tem como objetivo avaliar se o uso sistemático do teste de biliostasia durante ressecções hepáticas reduz a incidência de fístula biliar no pós operatório.
MÉTODOS: De janeiro de 2016 a dezembro de 2018, no Hospital Federal de Ipanema, foram realizadas 103 hepatectomias. Foram incluídos no estudo 85 pacientes e excluídos 19 pacientes submetidos a cirurgia videolaparoscópica, derivação biliodigestiva e com dados incompletos. Os pacientes foram divididos em dois grupos: A – não foi realizado o teste da biliostasia no intra operatório; B – foi realizado o teste ao final da transecção hepática, após realizar colecistectomia. O ducto cístico é cateterizado e injetado 10ml de soro fisiológico 0,9%, seguido de 10ml de ar duas vezes, observando se há pontos de vazamento de bile na superfície cruenta do fígado. Esses pontos de vazamento são identificados e suturados e o teste é repetido por mais duas vezes. Em todos os casos realizou-se drenagem da cavidade abdominal. Fístula biliar foi definida de acordo com os critérios propostos pelo Grupo Internacional de Estudo em Cirurgia Hepática, assim como o grau de serveridade da fístula.
RESULTADOS: Dos 84 pacientes analisados, 46 eram mulheres e 38 homens. Quarenta pacientes (47,61%) foram submetidos a hepatectomia sem teste da biliostasia e alocados no grupo A e 44 pacientes foram submetidos a hepatectomia com teste da biliostasia (52,39%) e alocados no grupo B. Dos pacientes do grupo A, 5 (12,5%) evoluíram com fístula biliar no pós-operatório. Destas, uma foi classificada como grau A, 3 como grau B e 1 como grau C. Dos pacientes do grupo B, 2 (4,54%) evoluíram com fístula biliar no pós-operatório. Ambos evoluíram com fistula grau B, porém apenas em um paciente o teste evidenciou vazamento de bile.
CONCLUSÃO: A fístula biliar é uma complicação comum após ressecções hepáticas e afeta a qualidade de vida no pós operatório. O estudo mostrou que o grupo submetido ao teste de biliostasia tiveram menor incidência de fístula biliar no pós-operatório (4,45%) em relação ao não submetido ao teste (12,5%). Isto sugere que o teste da biliostasia é um método seguro e eficaz na redução da incidência da fístula biliar no pós-operatório.
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